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Em tempos de reorganização constante do mercado, aumento da concorrência e da imprevisibilidade econômica, o CFO, em sua posição privilegiada na organização, passa a acumular novas funções. Como articulador ativo, ele contribui para o desenvolvimento do negócio e busca não apenas estancar gastos, mas enxergar oportunidades de incrementar a receita e aumentar o lucro. 

Para assumir esta nova posição, o Executivo Financeiro precisa propor mudanças à frente das movimentações da concorrência, pois a empresa espera que o Diretor Financeiro atue como um business partner. Portanto, o CFO deve ser alguém também dedicado à performance e a caminhar lado a lado com o CEO, oferecendo o amparo técnico para o desenvolvimento do negócio em sua totalidade. Para isso, é necessário conhecer, de forma aprofundada, todas as áreas das companhias, indo além de Finanças e auxiliando em áreas como Vendas, Logística e Marketing. 

Ao ter acesso aos números, o CFO pode ajudar a elaborar e a executar estratégias para diferentes áreas. É preciso dominar as habilidades técnicas relacionadas à estrutura de custos, aos processos de compra de materiais, ao entendimento da malha logística e ao go to market. Além disso, é necessário colocar-se no lugar de promotor do crescimento da empresa, mas também preservar o papel de “guardião do dinheiro”, especialmente em momentos de crise. 

O Diretor Financeiro que combina o domínio da operação com a análise de dados internos e externos consegue direcionar decisões de todo o negócio, utilizando sempre critérios econômicos. Esta combinação permite ao CFO ir além da visão tradicional de métodos de controle de custos, indicando oportunidades de crescimento e melhorias de rentabilidade, fruto de análises de benchmark da indústria ou de análises internas.

É responsabilidade do Executivo de Finanças garantir a integridade das demonstrações financeiras, sendo ele o guardião dos processos de controle e governança, mas o impacto que deve causar na organização precisa ir além daqueles concernentes à função. Os CEOs e as áreas de negócio esperam um CFO muito mais ativo no desenvolvimento de estratégias de negócio, tendo uma visão mais sistêmica da organização e ajudando a trazer critérios claros de tomada de decisão e de alocação de recursos, formatos mais dinâmicos de acompanhamento e gestão de performance.

Ainda que não seja possível esperar que o Executivo de Finanças seja um especialista em todas as áreas, é importante que ele tenha familiaridade com as diversas especialidades e compreenda cada área da organização. É a visão integrada, aliada à capacidade de escolher os talentos certos para estar ao seu lado, a essência do seu sucesso.

Renata Moraes

CFO Europe & ANZ | Reckitt

Daniel Martins

CFO e Diretor de Relações com Investidores | Lojas Renner

Juan Staibano

CFO Latam | GTM Holdings