São Paulo, 27 de junho de 2019 – Uma manhã repleta de troca de experiências, cartões, dicas sobre carreiras e, até mesmo, como se recolocar no mercado profissional. Foi assim o Primeiro Encontro de Carreiras promovido pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade de São Paulo, a ANEFAC-SP.
Como convidados especiais do evento, os headhunters e sócios da Assetz Expert Recruitment, Guilherme Frederico Malfi e Felipe Brunieri, conduziram, juntamente com Emerson Wesley Dias, Vice-Presidente de Capital Humano da Instituição, um bate papo que colocou o networking como peça fundamental para quem deseja se recolocar no mercado, ou, até mesmo, crescer dentro da empresa em que trabalha.
“Hoje as pessoas se comunicam mais e se relacionam menos”, diz Felipe Brunieri. “O networking é fundamental no ambiente profissional: precisamos manter nossa base de contatos sempre aquecida. Devemos estreitar relacionamento com colegas da área e constantemente participar de encontros para podermos ativar alguns contatos quando precisarmos”, completa Guilherme.
Os olhos atentos dos quase 30 participantes do evento acompanharam a primeira parte do encontro que foi conduzida por Emerson Dias. Em uma verdadeira aula sobre o cenário econômico, a apresentação combinou citações de filósofos dos séculos XVIII e XIX com matérias da atualidade, mas não deixou de fora questões mais práticas, como dicas para construir sua carreira e gestão de pessoas.
Quando os headhunters entraram em cena, o conteúdo teve um tom mais de mercado e gerou muita interação do público. A primeira questão a ser abordada foi o perfil do profissional de finanças, que necessariamente deve apresentar proficiência na língua inglesa antes de começar a pensar em outras especializações exigidas pelo mercado.
Ainda sobre as características do perfil mais demandadas, estão um olhar atento e atualizado sobre como o desenvolvimento tecnológico impacta a área de finanças (finance transformation), a capacidade de agregar valor ao negócio da companhia e diversas soft skills, incluindo resiliência, capacidade de influência, criatividade, espírito colaborativo e flexibilidade.
Brunieri e Malfi também trouxeram um panorama sobre o mercado e as contratações na área. Os setores que mais contrataram profissionais de Accounting & Finance no primeiro semestre de 2019 foram Serviços Financeiros, Agropecuário e Farmacêutico. Em contrapartida, os segmentos de Infraestrutura, Construção Civil e a Autoindústria estiveram no fim do ranking de contratações. “O sinal positivo que podemos observar aqui é que esses setores, mesmo sem aumentar o quadro de colaboradores, pararam de demitir e de “juniorizar” suas equipes, o que demonstra pequenos sinais de recuperação da economia”, diz Malfi.
Mas qual é a melhor época para procurar emprego?
“Temos alguns meses mais propícios para contratações. São eles abril, maio, junho, outubro e novembro”, explica Brunieri. O headhunter ainda dá algumas dicas sobre a rotina para se encontrar a vaga dos sonhos. “Precisamos encarar a busca por um novo emprego como um trabalho de verdade. Acordar cedo, se arrumar e estipular algumas horas para a atividade”, completa.
“Além disso, é fundamental estar disponível para cafés, falar com amigos, estar em eventos da área. Tudo isso para se expor e ser lembrado. Todo cafezinho, conta”, reforça Malfi.
“Sabemos que essa rotina demanda tempo e todos temos contas para pagar, mas conciliar as atividades é extremamente importante. Mostra às empresas e aos recrutadores um perfil de profissional flexível, atributo bastante valorizado hoje em dia”, completa Emerson.
Dicas para estruturar um bom currículo
“A comunicação é o segredo do mundo”, ressalta Malfi. Descrever a trajetória profissional de maneira clara, evidenciando os cargos, atribuições e principais projetos em que se envolveu é o ponto de partida para um bom currículo.
Os headhunters também desmentem o mito que o um bom cv deve ser escrito em apenas uma página. De acordo com Brunieri, “desde que bem escrito, um currículo pode ter até duas ou duas páginas e meia sem problemas e deve explicitar aquilo que realmente importa para determinada posição”. “Principalmente em cargos de alta gestão, é difícil resumir toda a trajetória em uma página sem deixar aspectos importantes de fora”, explica.
Em tempos de crise, é normal encontrar pessoas que estejam desempregadas há algum tempo. Considerando a crise econômica e política que vivemos, estar disponível no mercado por até 1,5 ano tornou-se normal e não deve ser motivo de receio por parte do candidato. Uma dica interessante é colocar possíveis projetos de consultoria na área desenvolvidos nesse período. “Os recrutadores valorizam candidatos que estão sempre em busca de atualização e aprendizado, mesmo em fase de transição”, reforça Brunieri.
A famigerada hora da entrevista
Primeiro de tudo: a entrevista começa antes da hora: estude sobre a empresa, a vaga e o entrevistador. Na hora da conversa, analise e se adapte ao perfil do interlocutor. Se o entrevistador for mais pragmático, seja mais objetivo. No entanto, caso encontre abertura para uma conversa mais descontraída, aproveite para contar mais detalhes.
Arrume-se de acordo com a cultura da empresa. Organizações mais modernas esperam candidatos com um dress code mais casuais, enquanto que empresas tradicionais, especialmente instituições financeiras, exigem trajes clássicos e mais formais.
Agora, a dica de ouro é ser você mesmo e mostrar interesse. “Candidatos interessados e que contam suas experiências e desafios com brilho nos olhos são os preferidos dos recrutadores em geral”, diz Brunieri.
Prepare-se para a “pergunta fatal”. “Surpreender o recrutador com questionamentos interessantes e pertinentes ao negócio da empresa com certeza fará a diferença entre você e os demais candidatos”, finaliza o headhunter.