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A diferença entre provar competência e comunicar valor

Mesmo com uma trajetória sólida e um repertório incontestável, muitos executivos de Finanças ainda enfrentam dificuldade em transmitir, durante processos seletivos, o valor real do que já construíram.

O resultado? Profissionais com cases relevantes e histórias de sucesso acabam sendo desconsiderados nas fases iniciais ou finais. O problema não é a ausência de competências técnicas (hard skills), mas sim a falta de clareza na narrativa.

Na Assetz Expert Recruitment, após entrevistarmos milhares de líderes de Finanças, constatamos que competência técnica sem uma narrativa estruturada raramente é suficiente para conquistar a vaga.

O que realmente diferencia um líder financeiro hoje

O mercado vive um momento em que as hard skills, por si só, já não bastam. Os executivos mais valorizados são aqueles que conseguem combinar conhecimento sólido com habilidades comportamentais.

Liderança, gestão de talentos, curiosidade, pensamento analítico, agilidade, flexibilidade e resiliência ganham cada vez mais peso, assim como a capacidade de comunicar impacto de forma clara e estruturada.*

Nesse cenário competitivo, transformar experiência em narrativa convincente e resultados em valor percebido é o que realmente abre portas.

Entenda o que está em jogo

A preparação vai além de estudar a empresa:

– Pesquise o contexto da área e do time

– Entenda os desafios recentes do negócio

– Descubra o motivo da abertura da vaga (substituição? expansão?)

Compreender o contexto do negócio e seus desafios recentes é essencial para ajustar o discurso e alinhar expectativas entre candidato e empresa.

As primeiras conversas no processo seletivo devem ser aproveitadas para esclarecer dúvidas que não aparecem em informações públicas, mas é importante selecionar bem as perguntas, já que o candidato está sendo avaliado.

Também faz diferença entender o motivo da abertura da vaga: em casos de substituição, investigar por que o antecessor deixou o cargo pode revelar pontos relevantes sobre cultura, estrutura e expectativas da companhia — aspectos que muitas vezes não estão explícitos na descrição formal da função.

Leia o seu interlocutor

Saber se o entrevistador prefere respostas curtas e objetivas ou análises mais profundas é essencial para calibrar o tom da conversa. Essa percepção demonstra inteligência emocional e capacidade de adaptação, duas competências cada vez mais valorizadas em líderes.

Observar sinais sutis – como o ritmo das perguntas, o nível de detalhamento ou até a linguagem corporal — ajuda a ajustar a forma de responder e a criar conexão imediata.

Clareza técnica + comportamento

Quando a entrevista entra na esfera comportamental, exemplos concretos fazem diferença. Relembrar situações que demonstrem liderança, negociação, gestão de crise ou adaptação é uma forma eficiente de conectar experiência e resultado.

Narrativas curtas e impactantes sobre projetos de sucesso ajudam a mostrar como competências técnicas e comportamentais geraram resultados.

O verdadeiro diferencial

No fim, o processo seletivo não é apenas sobre provar conhecimento. É sobre comunicar valor. O executivo que se destaca é aquele que inspira confiança, transmite credibilidade e traduz resultados em impacto concreto.

Seguir essas práticas não garante a conquista da posição, mas aumenta exponencialmente suas chances de deixar portas abertas e seu nome bem-posicionado na memória dos executivos da empresa e do headhunter.

E para fechar, vale a reflexão: como você tem comunicado o valor da sua trajetória nas entrevistas?

*Fonte: Pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil 2025”, realizada pela Assetz Expert Recruitment